Há algum tempo, sempre que penso em maneiras melhores, mais sustentáveis e viáveis do ponto de vista arquitetônico, sustentável, construtivo e do conforto ambiental, me pego pensando em técnicas dos povos antigos. Deve ser um reflexo da vivência no TIBÁ e de como essas antigas técnicas oferecem soluções totalmente viáveis e de qualidade.
E se tem uma que se destaca é o Bambu.
Considerada a madeira do futuro, nas ultimas décadas passou por diversos estudos e ensaios em laboratórios que comprovaram sua qualidade enquanto material de construção. Testes recentes comprovam, por exemplo, que lajes mais simples, utilizando o bambu gigante (dendrocalamus giganteus) como armadura ao invés de barras de ferro de 8mm apresenta igual desempenho! A redução de custo em uma obra pode chegar em até 50% dependendo de como o bambu é utilizado.
O danado está pronto para corte depois de 3 a 5 anos de plantio, cresce cerca de 30cm por dia e se adéqua a praticamente qualquer ambiente! Tendo em vista facilidades de plantio e cultivo, a rapidez na sua extração, o excelente desempenho enquanto material de construção e sua versatilidade, não é a toa que é utilizado a mais de 5000 anos!
Chamar de “sustentável” ainda é pouco, pois talvez o aumento do plantio e sua maior utilização se torne necessária em breve. A conta é simples: para cada tonelada de aço produzido é liberado em média 2 toneladas de CO2 na atmosfera, enquanto cada hectare de bambu plantado absorve essas mesmas 2 toneladas de CO2.
O legal que sua utilização não se resume a construção civil ou arquitetura. O bambu pode ainda ser utilizado na confecção de móveis,
utensílios domésticos, brinquedos, etc. Pode substituir quase quaisquer outras madeiras por ele. Isso por que ainda existe a possibilidade de se utiliza-lo fora de sua forma natural, em forma de chapas prensadas, folhas de revestimento, tramas de fibra, etc. Nessas formas ele perde a referência visual de sua identificação e fica igual a qualquer outra madeira.
Se depois de tudo isso você ainda está se questionando: “Pô, mas então para ser sustentável e ecologicamente correto minha casa tem que ficar com cara de bangalô?”
Separamos alguns projetos abaixo para você dar uma conferida. Então que fique claro: bons arquitetos + excelentes idéias + bambu + abrir um pouco a cabeça para o futuro = bom samba!