Diretor, ator, comediante, crítico, roteirista… impossível definir onde Jacques Tati merece mais destaque.
Jaques Tatischeff (seu verdadeiro nome) foi um cineasta Francês que soube demonstrar algumas falhas da sociedade das décadas de 50 e 60 com um humor simples e insuperável.
Nós do Estúdio tivemos contato com seus filmes nas aulas de Estética no curso de Arquitetura e Urbanismo, onde assistimos dois de seus filmes: Mon Oncle (Meu Tio), uma sátira à mecanização e à modernidade tecnológica que ainda vivemos, e Playtime (Tempo de Diversão) onde a crítica à homogeneização e globalização se faz muito presente.
Nossa dica é para aqueles que há muito tempo esperam um bom filme inteligente de comédia sair nos cinemas. Talvez seja mais fácil buscar esse gênero no passado.
Compre, alugue, baixe e assista seus filmes. Ao mesmo tempo em que vai rir, vai refletir e aprender.
Há dois sites interessantes sobre ele e suas obras, infelizmente nenhum em português.
“A vantagem de ser inteligente é que podemos fingir que somos imbecis, enquanto o contrario é completamente impossível”
Woody Allen (nome artístico de Allan Stewart Königsberg) começou como comediante. Nascido em 35, aos 15 anos já escrevia para jornais e para o rádio. Começou escrevendo para o cinema para só alguns anos depois atuar como diretor.
E de lá para cá atuou, roteirizou, dirigiu e produziu mais de 40 filmes, dos quais (mesmo ainda não tendo visto todos) não consigo achar um só ruim.
O que realmente me chama atenção nos seus filmes é a maneira crua, quase esdrúxula com que ele constrói os seus personagens. Pessoas comuns do cotidiano, com todas suas manias, inseguranças, vontades e neuroses são apresentadas com uma simplicidade e personalidades que, mesmo sendo esterótipos do dia a dia, as tornam únicas enquanto caracteres do filme.
Junte isso a recortes precisos (e de certa forma críticos) da sociedade de cada momento em que são feito seus filmes, figurinos marcantes, fotografia que corresponde a construção de seus personagens (simples, minimalistas e com estilo); trilhas sonoras impecáveis e pitadas de humor negro e pronto, está feito o trabalho atemporal desse grande cineasta.
Meu filme preferido dele? Tenho que dividir em dois na realidade:
Dos mais antigos, “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa”, clássico da década de 70, considerado o melhor filme de 78, é basicamente um filme sobre relacionamentos que não dão certo. Mas quando se faz isso com a simplicidade de diálogos do dia a dia, daqueles que você faz com você mesmo sabe? Mas Allen como ator conversa diretamente com o espectador, como se fossemos seu desencargo de consciência. Humor sarcástico, simples e direto!
Dos mais atuais fico com “Vicky Cristina Barcelona”. Amor, em suas diversas facetas e possibilidades é o tema aqui. E sexo obviamente. Allen sintetiza em 2 mulheres as principais vertentes desse sentimento: Vicky como estabilidade racional e Cristina como aventura sentimental. A trama se desenrola, outros personagens aparecem como complemento e a fotografia traduz formalmente as aproximações entre eles. E ainda conta com Javier Bardem, um dos meus atores favoritos.
O Rafa ganhou recentemente da namorada um box contendo uma seleção de filmes desse fantástico diretor. Então essas referências todas estão a flor da pele no momento aqui no estúdio!